segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

E lá se vai mais um Réveillon...

Por: Tatiane Gonçalves

Todo réveillon é a mesma situação: Eu toda animada, pulando à meia-noite, e fazendo planos para o ano que está chegando. O mais curioso, é que esse é o quarto ano consecutivo em que a principal meta definida em meus pensamentos é: ESTE É O ÚLTIMO RÉVEILLON QUE PASSO SOLTEIRA! Escrevo, ano após ano, mentalmente este texto exatamente assim, em caixa alta, e uma voz o lê em alto e bom som dentro de minha cabeça. Sinto-me decidida, mulher poderosa, de fibra e visão.

A partir das 00:01 do novo ano, começo a achar que diante desta meta, qualquer um que se aproxime é um sério candidato ao cargo de namorado. Daí em diante, começo a me apaixonar por tudo que respira e se move, sem distinção de tempo e lugar. Isso acontece no ônibus, na faculdade, em alguma festa de aniversário, na padaria, na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê. Funciona como um processo seletivo, e aos poucos vou eliminando os concorrentes por motivos que variam, numa escala de “o cara é um psicopata” até “ele tem o dedão do pé torto”. Após cada uma das etapas, enfim escolho um coitado, digo, um candidato que se encaixa no perfil que fora traçado por mim, e a partir daí, é que começa a verdadeira luta. São músicas românticas, suspiros apaixonados, e mensagem para as amigas dizendo: AGORA VAI HEIN. A coisa vai evoluindo, e a cada passo eu penso que estou bem perto do meu objetivo. Fico emocionada, imagino quantas pessoas vão comentar e curtir minha alteração de status de relacionamento no Facebook, quando é que “Mozão” vai conhecer a família, como serão nossos finais de semana e prometo a mim mesma que nunca vamos brigar. Isso mesmo! Eu traço um relacionamento nos mínimos detalhes dentro dessa minha cabecinha, enquanto do outro lado o cara só pensa no que vai pedir pro lanche.




O tempo passa, e percebo que já é Natal, e enquanto as tias perguntam “e os namoradinhos?”, ali estou eu, uma semana antes de mais um Réveillon, me dando conta de que talvez aquela pessoa não seja o que imaginei que fosse, e que não me quer preenchendo a vaga de “Mozão” na sua vida. Meses foram perdidos ao lado de alguém que nem sequer pensa em um compromisso, e ainda se surpreende quando finalmente resolvo tocar no assunto. A culpa é minha, que resolvo sempre contar com o ovo que ainda nem saiu da galinha, como dizem por aí.

“Será que nesse ano as coisas serão diferentes?”

Não mais me pergunto a respeito disso, nem tampouco se vou encontrar quem embarque comigo nas minhas loucuras e faça parte desse meu grande teatro imaginário. Só quero, definitivamente saber se EU vou tomar jeito.
As vezes procurar demais é o que nos faz achar de menos... Menos do que queremos e do que talvez realmente merecemos.

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